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quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

VIDAS CEIFADAS ( REPUDIO À TOGA DOS GRANDES MALDITOS )

Inexplicavelmente me deparo com afetos reproduzidos à sequencia dos dias.
Pois se, do ventre de mulheres já rasgado, surja um alento de esperança, que sucumba à atrocidade de seu algoz.
Mortos fetos que se entregaram à ganancia de um desejo doentio de um artista vil, dominado pelas doenças de suas próprias entranhas.
A ele o merecido caminho do cárcere perpétuo, e escuridão de seus dias contados.
Surpresa estarrecida aos olhos dos que a ouvem, abre-se a luz do dia a mais um assassino.  Decreta-se a liberdade a quem matou sonhos, e sorriu o desafeto de seus proprios desejos.
Medonha a mão que ceifa a justiça, no seu eterno clamor por ganancia e impunidade.
A toga clama o direito dos opressores, e tece suas armas contra o bem maior, a criação.
Onipotente em sua crueldade, na figura de um magistrado, não menos criminoso do que um assassino que decorou velhas lições ministradas pelos maiores delirios contra a raça humana.
Conluio de poder, equação simplificada de métodos de barganha, onde a desonestidade é o polo maior, e a empatia a vida um velho jogo de cartas marcadas.
Toga conhecida por seus inúmeros e diversos arbitrios, eu a calo.  Pela sua pequeneza, e vontade de que seu argurio seja, infinitamente, mais doido.  Na esperança de que sua propria carne lhe devolva as chagas que só o arrependimento tardio possa proporcionar.
Do seu escarnio, extraio o opio da indiferença à sua postura magnânima, facetada na personalidade do abjeto e incompreensivel.
Criminoso em negro, desejo-lhe a sucessão de dias malditos.  Na falta de pão e leite em sua alma, e pelas vidas que seu espírito cúmplice ajudou a tirar.
Da justiça, revelo meu sonho.  Sua eterna absolvição a corte dos que o já o condenaram.
Chaga, espalhe seu câncer somente sobre seu corpo, reles, indolente, factivel de compreensão e respeito.
Expurgo-lhe do mundo dos homens, do qual houvera voce participado.  Morra sua alma, sem flores.  Calem-se suas células de horror.
Haverá o momento do ajuste de contas, doido e esperado, nao reles em sua concepção.
Para voce, já não mais vida, meu desapreco para com sua morte.  Minha indiferenca pela sua loucura.
Minha negação ao seu pertencimento ao mundo dos homens, escoria de carcaça viva.
Sorrio, no meu mundo onde as flores presenteiam as mulheres.  Novamente, clamo pela justiça que chegará, e tento acalmar meu coração em desalinho.
Você já morreu e, nem ao menos, lhe matei. Esvaiu-se em sua própria vida, à procura de um sentido.
Pelos úteros sangrados, à força de seu despotismo, às trevas lhe condeno, sem ida ou volta.
Minha escrita abafa, de um pouco, meu grito.  Mas não respondo por muitos gemidos que, ainda, ai estão.


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