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quinta-feira, 22 de junho de 2017

HOMENS DE MIM ( VIVENDO A ENTREGA )

Quem sabe isso quer dizer amor.  Eu não sei, e me diga quem o saiba.
Naquela noite, em que encontrei seu rosto, e procuramos nosso lugar para nos darmos.  Na magia do acontecer, um encontro breve, onde a paixão resplandesceu tão rápida, como a fuga.  Assim lhe amei.
Nos meses prolongados em que passamos juntos, eu, repleta na vontade de ser sua, bloqueada  por meu corpo, que recusava a entrega, me surprendi sendo eu mesma.  E do momento recordo, naquele abraço de satisfação plena.  À você, que me proporcionou o orgasmo fundo e nítido, sem que eu tivesse me dado conta do quanto eu o queria, meu momento é seu.  Na alegria de poder conservá-lo para mim mesma, mesmo quando você se foi.
Tantas recordações e átimos, breves, que se perdem na fusão de um tempo continuo, e na efemeridade dos que sabem o fim.  Pois a paixão nada mais o e do que o sonho do momento que foi, na perpetuação do que se sabe efêmero.
Como um troféu, pelo ganho de uma parcela de ternura, gozo e entrega.  Sem paradeiro, a paixão se refaz em si mesma.
Sem nomes, todos parte de um mesmo cenario.  Eu mesma, vendo rostos que perfilaram em minha vida, sem que eu soubesse, de antemão, as casualidades do meu destino.  Não fora o sofrer parte da volupia do se dar, e estar presente, corpo e espírito, buscando não estar só.
Homens de minha vida, eu possuida, não menos dos que os senti em mim, a todas as vezes em que houvera um encontro.
Eis-me aqui, como se estivesse me dedicando a um livro de reliquias.  Das mais tênues às mais cheias de volupia, os retratos do passado são remendos que amainam minha solidão no presente.  Incerteza no futuro, ao que meu corpo responderá.
Não tenho magoas, no limite de minhas reminiscencias  A constatação do fluir com meu livro de memorias, so, insistentemente, meu. Recortado em varios anagramas, pedaços em letras, suaves compensações.
Leiam-me ou não, sem mudança no correr dos fatos.  Estou inteira, a mercê de meus proprios jogos, entregando-me às conversas do meu eu, sempre leal.
Pois que, delas, retiro a suavidade da bonança, na claridade dos meus proprios sentidos, e vivo-as comigo, deixando ao real sobre sua propria dúvida.
E, de algum modo, preencho os vazios que me ficaram pelo caminho, nas intersecções de minha vida, tangenciada pela sombra de meus homens.
Minutos não contados, na relação da felicidade com o tempo, em que a espera não termina.
Deixem-me amar mais um pouco, ou não.  Fiquem dentro de mim, até que eu, propria, me renda.  Balbuciem meu nome na forma mais tenra e carnal, pois quero tudo isso, no mundo em que me transformo.
E serei eu a gozar o sempre, sem querer, ou com sentido.  Concordando ao que era antes, passado que me desdobra em lembranças, eu, que caminho para a morte.  Sem adeus, mas não triste.
Valeu viver.

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