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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

SIMPLESMENTE PÉTALAS

Vozes estranhas habitam as paredes da esquizofrenia.  Pensamentos que se mesclam, numa inteligencia subliminarmente declarada.  Um mundo em si só.
Depois encontrar uma criança, inocente em sua infancia.  Aluma.
Cansaço preenchido pela doce sensação de encontros inesperados, no céu que se abre, o qual chamo vida.
Que mais lhe quero ainda, quero mais.  O retornar ao sonho, ainda mais perto e melhor.  Fantasia de dois corpos, num momento muito amplo para curtir.  Só poesia.
No coração que bate a passos largos, antevendo um futuro de memoria, inóspito pelo seu não acontecer.  Presente na vontade, cheio de esperança.  Por isso, a temer.  Castelos de sonhos se desfazem ao sabor dos ventos.
Mas não há o que impeça o sonhar.  Nem as palavras sussuradas, nem a fantasia do enlevo, nem a quase sensação do seu corpo inteiro, me levando depois às lágrimas.  Pois chorar já se tornou um artífice, bom companheiro dos sentimentos expressos, numa torrente que limpa a alma, no seu momentâneo.
O presente é a questão.  Nele façamos nosso tempo, cada segundo a própria vida, parte de poesia, real imaginário.
Assim, me vi conversando com várias facetas de uma pessoa, e tudo não durou menos do que algumas dezenas de minutos, suficientes para ampliar o mundo da minha compreensão.  O estado de loucura pertence a um sitio básico, de probabilidades amplas e bem menos definidas.  Onde a dor parece não esbarrar em nenhuma contingencia sólida.  Ate mesmo invejável.
Eis-me outra vez,sentada, dedilhando meu roteiro, sob o fundo de um dia primaveril, que foi intenso, desde a saudade até meu grato contato com as crianças, que me renovam, de cada vez.   Aprender é um processo simbiótico que, se encarado como recebimento, é a mais pura fonte de satisfação. Elas sorriem, se desesperam, e vão, no seu manejar, adquirindo as proporções do que é o viver.  Todos, invariavelmente, na mesma roda do destino.
Um dia ainda mais importante.  Para mim, ele, você.  Surge uma pequena nuvem de esperança, não mais.
Toda, sem grandes pretensões, mas com muita vontade.  De que venham dias promissores e melhores.
O voltar para casa, e ouvir, sem trégua no tempo, as canções que fazem transbordar minha alegria e desejo.  Acordes do que me é lembrança, que criei no meu mundo em paralelo, e dos quais passam a fazer parte da minha tábula rasa.  Cantar, dançar, fluir, sorrir.
As flores continuam à minha frente.  Algumas pétalas já se vão, me lembrando sempre de que o maior compromisso é o viver.  Mas o belo existe também na tristeza desse cair, como no desabrochar.  Somente uma questão de se olhar ao processo como um todo, não mais.
Brindo as flores, e sua sapiência.  Aos sons, que me levam à inspiração, e se tornam companheiros no meu não esquecer.  Às crianças, que me acontecem a cada dia.
E a minha capacidade de amar, acima de tudo.  Encarando o medo e a solidão.  Fazendo um pacto de silencio genuíno com meus sentimentos.  Enfrentando a agruria da paixão não correspondida.   Deixando sem respostas o que não há de se indagar.

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