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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

DESPEDIDA ( EM SÓ CARINHO )

Olha la o avião.
Vai cruzar os mares, e desfrutar fronteiras.  Talvez passará pelo Nilo, ou Alpes, inesqueciveis na sua beleza.  Mais valem as do coração.
Daquelas que não se separam, nem em um grito de morte, mesmo estando juntas.
E, dentro dele, a vida que pulsa, e as estorias que se deixam ou levam.
Eu fiquei.  Mas sem medo das distancias, que viajam junto com elas. Que nada as tirará do meu consciente, ou o dentro de mim.
O futuro espera com seus sonhos, disfarçados em realidade, num pedido de apego.  Numa crença a salvação, e o destino dos que o pecam.  Nao suplica doce ao dominio da paixão.
Viaje, esteja sempre, você e sua luz.
Que o mundo dos homens não é capaz de apagar, e nem teria o porquê.  Suas incertezas fazem parte, e seu amor desabrocha, numa sequencia que lhe faz inteiro, menino, homem, digno de viver.  Nos saltos que a vida dá, e no sentimento presente em cada um de nós.
Viva seus erros, que serão muitos.  Para isso você nasceu.  Para ser livre.  E cultivar sua dor, que faz parte.  Ela é de todos nós, marcada em ferro e brasa, nem por isso menos linda, na ansia do viver.
Sorria esse sorriso que marcará minha lembrança, sendo mais do que parte de historia.  Minha descoberta e delirio.  Meu você dentro de mim.  Sem nenhuma amarra que lhe peça mais do que, simplesmente, ser o que se pode.   Vale a recordação de um momento que nao tem nome.  Sem espera ou paradeiro.  Cores distintas, aos olhos de cada um, por isso tão belo.
Motivo de muitas linhas e inspirações roubadas.  Paixão do infortunio, de onde não vem as certezas.
E um avião é lindo, desbravando o espaço, coerentemente sincronizado com seu momento de chegada.  Beije o solo do meu querido Brasil por mim, amor infinito.  Onde tanto está por vir e, não à toa, o porvir.
Uma grande ilusão encontrada num vôo, que fecha duas realidades, num momento tão átimo.  Favelas do Rio, Carnaval, Barra da Tijuca, Recreio, Copacabana, até os arcos da Lapa, dos quais so me lembro em fotografia.  O bonde de Santa Tereza, e aquele hostel, que tem tantas filiais, e de que meremamente não sei aonde me hospedo, já que Copacabana, de que o mar leva o labirinto bem mais para longe.  Assim a serra que liberta, e faz tudo tomar perspectiva.  Carlos Drummond ainda deva estar sentado em sua eternidade, de vez em quando alguem brincando com sua casmurrice.
Tudo para seus olhos, vale a saudade do que for, e seja seu.  Dos seus sonhos e perguntas, sem que hajam respostas.  De absolutamente todas as confluencias do seu ser, ou não.
Só poderia dizer agora que lhe amo, e isso é bastante.  Essa confissão no papel que, absolutamente, não exige nada, e do qual possa me orgulhar.  Pois não tenho a prisão da fantasia do encontro, muito menos se ele faça parte dentro de mim.  E de que sua consternação não muda a bússola dos fatos, eu, em mim, inteira.  Com a sempre escrita ao meu lado, verdadeiro presente.
Meu amor, não deixa de ser um jogo de contas de vidro.  Multifacetado, ângulos que brilham, outros opacos, um cristal.  A propria sombra da força e da delicadeza.  Todo para você, como uma rosa.
Que sua viagem traga a doçura do que haja de melhor em você, e do que o mundo dos homens tenha lhe ensinado.  Haverá um ombro que lhe aconchegue, e a doce constatação do passar dos seus dias, em sua grandeza.
As ondas do mar vão e vem, e se esgotam num nunca se acabe.  Também são boas conselheiras.  Essa redoma de vidro é uma ilusão da força do seu destino, e só lhe propõe soltar as amarras dos grilhões de você mesmo.
Viva suas contradições até o fim, dentro da sua beleza.  Ela é tão grande, que não cabe em minhas palavras.
E, da sua ternura, só agradeço.  Como a tudo que você me fez sentir.
Um beijo de despedida, ou quem sabe um alô.  Ou nada.  Não importa tudo, ou importa tanto.  Sempre só me deixara com um pedaço, que é esse que nos cabe viver.  Sem receios, até o mais fundo do comprometimento, só com o coração de que se tenha em cada um. O proprio, seu, de que ninguém, nem nada tirará.
Voe bem alto, sem sentir suas asas.  Se eu puder ser uma recordação, não se guarde.  Ela também é um sinal de esperança.
Adeus, até logo.  Não sabemos nem da dimensão de nossa propria existencia, enquanto homens.  Por isso, as amarras uma utopia, na vida que e, somente, liberdade.

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