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sábado, 28 de janeiro de 2017

DESILUSÃO AINDA QUE TARDE ( AINDA BEM QUE VOCÊ SE FOI )

Gostou do meu corpo ?
Eu também do seu, mas queria mais.  Junto com o som do meu nome, para eu saber que era especial.
Junto com uma penetração única, que se fizesse valer a pena.
Se me dei por inteira, vivi.  Não faço parte de um mundo covarde, onde o desejo se veja camuflado. Sou eu, a meus olhos, no meu querer.
Com aquele ensaio erótico viva você, que poderia ter muito mais do que uma excitação, e nem sabe disso. Suas palavras sao esteréis, e não me fazem sentir mais do que minha vontade de ser somente, se para o que.
Não me chame na sua duvida, e fique com tudo que, à mercê, agradeça.  Não fere os muros da minha indignação, por tamanho medo de viver a realidade.
É um alivio não imaginar mais o encontro, todo pleno em meu desejo.  Que valesse por um dia, sem ser contado em minutos.  Não existe tempo para uma boa conversa, o afagar de um carinho, e um prazer que responda ao que se queria, no momento.
Em frente a sua câmera, sou eu, exposta, querendo mais.  O todo, meu vislumbre, com as minhas dúvidas, meu desejo e incógnitas.
Acabou.  Não deixe sua imagem e hesitação.  Seu medo de entrega e sua banalidade.  Sua loucura explícita e palavras vagas.
Cansei.  De esperar um gesto, lutar contra o improvável, e ser um mero joguete nas maos de um menino desencontrado.
Quero mais.  Muitas flores e sussuros, tesão correspondido, e elogios a mulher que sou.  Sem isso, sou vazia, parte indissociável de um cenario poluido, ja gasto pelo uso.
Gozar, que não seja por um dia, mas que seja inteiro, o que sua covardia não lhe permite alcançá-lo.
Por isso, ja não me iludo, apenas respiro o alivio.  De me saber voltando ao meu eu, sem esperar o que não se deve, por inicio. Sem viver a utopia não declarada do desejo não consumado.
Vou esquecer, como se possa, uma dor por mim provocada, alimentada por promessas ocas de trinta anos de virilidade.  Sublimar minha escrita, fazer-me dela soberana, e me apossar da paixao das minhas linhas não retóricas.
Em suma, colocarei seu quadro na parede, para lembrar do que senti, misturado à sensação de que os homens são impotentes, ainda que com o membro ereto.  De que vulgarizar é um sinal da covardia expressa.  Dizer não é parte integra do não cardapio.
Vou lhe lembrar com um gosto amargo na boca, desses que o arrependimento gera, mesmo contra a vontade de existir.  E torcer para que o infortunio da não verdade queime sua pele em brasa.
Sentir-me ainda mais mulher com sua ida, que aconteceu já há tempo, e me permitir desfrutar a bonanca de ser verdadeira.
Nem posso dizer que lhe desprezo, porque minha capacidade de descobrir a indiferença é tão grande, como a de sonhar.
E pelo homem justo, já que tenho talentos, aos poucos revelados.  Que se refastelem com minha beleza, palavras e gozo.  Existem para se desfrutar, desde que me agrade.
Voce, que ja nao esqueceu o obvio, ficará sozinho, doce vingança.  Porque uma mulher verdadeira lhe voltará as costas, louca por prazer genuino.  Ansiando um homem total. Brincando com seu dia de varão, bem burlesco na sua imaginação.
Boa viagem.  Volte à sua rotina consumada, e ao seu conhecido desbravado.  Eu fico por aqui, esperando minha próxima paixão, vacinada contra a covardia.
Adeus, so long. Você me perdeu.  Triste, mas real.  Sua perda é maior do que a minha.

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