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quinta-feira, 10 de novembro de 2016

ANDANDO EM CÍRCULOS ( TRUMP E EU )

Reza a lenda de que os genes determinam a procedencia do homem.  Houve um dia em que li um livro chamado "O Gene Egoista ", onde havia uma tese de que já viemos ao mundo com expectativas do que vamos oferecer aos nossos descendentes.  O gene não seria altruista, pois não se preocuparia com o aperfeiçoamento da especie, mas sim da sua minúscula e elitista prole.
Mas, se juntarmos todos os genes da humanidade, preocupados em salvarem a si mesmos, o que teremos ?
Estamos, por ora,  deixando um sombrio legado de negação de valores humanitarios, aliado a conceitos retrógados e preconceituosos.  Esperemos, tão somente, que as futuras gerações lutem para se contraporem a toda essa onda de excentricidades anti éticas ?  Mas isso vai exatamente de encontro ao que o gene egoista não quer.  Ele pede sobrevivencia, e não aniquilamento.
Mas será a continuidade do não justo o que permanecerá ? O fomento às guerras, a não identidade dos oprimidos e injustiçados ? Serão os genes egoistas em maior número os que farão valer a sua voz ?
Pensemos nos nossos filhos e netos, animais e toda natureza  como um tudo. Questões como sustentabilidade se farão presentes em governos que pedem soluções imediatistas não ancoradas nos desejos da maioria?  Na violencia que se perpetua, e não pede clemencia ao atingir pessoas indefesas.
Reflitamos sobre os meios de comunicação devassos e partidarios que permeiam conluios mundo afora, espalhando um terror subliminar, que se espelha a cada derrota enfrentada pelas camadas mais humildes, e a cada ascensão desenfreada de tiranos sem quaisquer concepções humanitarias.
Ja não sei mais qual deveria ser o papel dos genes, e até me parece inócuo questionar-lhes a veracidade e importancia.
Se egoistas, significa que ajamos de acordo com certos valores e premissas que, esperamos, se perpetuem por nossa prole afora e que, a ela, seja resguardada sua continuidade.
Se altruistas, visariam, talvez, a uma melhora da sociedade como um todo, em que a sobrevivencia fosse garantida a todos os individuos.
Provavelmente, os genes devam estar passando por um momento de crise existencial.  Ou covardes o são por natureza.  Porque, no estagio de desenvolvimento tecnológico em que se encontra a humanidade, zombar de básicos principios de coexistencia é, no mínimo, uma afronta ao nosso intelecto cognitivo.   Mas ao coração, me permito questionar.  Os seres humanos não podem ser qualificados como ponderados, hegemônicos ou, às vezes , vivos, no sentido de que alguma emoção básica os afete.  Existe alguma coisa que sempre nos escapa.  Ao fim de periodos de concretização de sonhos libertarios, retornamos à essencia do pobre, gasto e vil.
Circunspectos em nossos dogmas, envoltos em nossa tirania de poder, compomos um quadro do que será a futura geração.  Um fantoche de si mesma, em que pseudo ditadores adotarão formas populescas de divulgar suas políticas arbitrarias.  Em que os mais necessitados continuarão a habitarem o reino da ignorancia, sentindo-se confortados por fazerem parte dele.
Ministros apocalípticos, deuses em fantoches, tudo passará. 
Escolas serão ocupadas, porque os genes egoistas lhes farão vistas grossas. Mas por simples pena e concessão.  Na verdade, o dominio do poder garante tal imunidade, que caminharemos, passo a passo, construindo a duras penas, nossas pequenas mutações.  Elas surgirão, porque os recursos estarão esgotados, e a mao que constrói a labuta se enfraquecerá.
Muito tempo decorrerá, para que as vozes que façam sentido voltem a falar um coro unissono.  Berrarão, com certeza, e vislumbrarão um mundo de paz onde todos os genes egoistas confluirão para os mesmos anseios em relação a sua prole.
Mas haverá seres, alguns, tristes, maquiavélicos e sórdidos, que enxergarão, no horizonte, as tênues sombras negras de um amanhecer calculado.  E, novamente, se reproduzirão, e viverão nossos filhos , netos e afora, a contradição do não ser.

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